Em Nova Campina, alunos realizam aula de campo e visitam cânions da região

Projeto reuniu lazer, turismo, meio ambiente e muita aprendizagem

Professores da EMEF Francisco José Gomes de Camargo, localizada no bairro Barreiro, em Nova Campina, visitaram alguns pontos naturais do município, na manhã desta quinta-feira, 5 de maio.


AGUARDEM! Muito mais fotos - AGUARDEM!!!!

A visita foi um pequeno projeto desenvolvido com a 8ª série pelo professor de Geografia, Juliano Camargo e também pelo professor de Língua Portuguesa, Diclei Carvalho, ambos professores pela Rede Municipal de Ensino de Nova Campina.

O apoio ao projeto veio da direção da escola e posteriormente do Departamento Municipal de Educação.


Aprendizagem - “A visita ao cânion foi apenas uma parte do projeto. A visita veio a somar, e muito, para o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. A partir das observações dos alunos e da forma prazerosa que foi o trabalho, muitos conceitos da geografia puderam fazer mais sentido a eles, despertando a curiosidade da turma” explica o professor Juliano Camargo.

Participaram também da visita, o guia, Galdino, a diretora da escola, Elismeire Moura, professoras Ariane, Carol e Jonaina e o professor Eduardo.

Ao final, todos também saborearam um delicioso café da manhã, em meio as belezas naturais.

“Agora, em sala de aula, iremos trabalhar com a produção de textos, vídeos, e fazer uma atividade que envolverá todo o conhecimento do local estudado e estimular os alunos a refletir sobre o importante complexo natural que corta o oeste do Município”, finalizou o professor Juliano.
FIQUE POR DENTRO: (Anotações)

Resumo de informações: Por Professor Juliano Camargo/Geografia
(Postagem aos alunos)

Alunos, abaixo, escrevo as informações apresentadas em sala de aula e na visita ao cânion

De forma bem simples e resumida, podemos afirmar, com base em estudos científicos, que no Município de Itapeva- SP,tem início um famoso cânion. A estrutura rochosa deste complexo rochoso é geológica e de forma científica definida como Escarpamento Estrutural Furnas.

O interessante é que essa estrutura, que é formada por arenitos,rocha sedimentar, também passa pelos Municípios de Nova Campina, Itararé, Bom Sucesso de Itararé, (Todos Estado de São Paulo localizados em nossa região) e seguem cortando municípios do Paraná, como, Sengés, Jaguariaíva, Ponta Grossa, Tibagi e Castro, além de outros (Estado do Paraná).

Em amarelo, Formação Furnas, passando por Nova Campina.

Desenho, Croqui (Município de Nova Campina)mostra a oeste o destaque para o Escarpamento em Nova Campina.



Extenso - No total, são 260 Km de extensão, numa zona de influência na média de 5 Km; o sexto maior cânion do mundo, em extensão.

Nomes – É importante destacar que, nos municípios por onde passa, o paredão rochoso recebe nomes locais, derivados das particularidades históricas de cada localidade.
Assim, temos, por exemplo: “cânion do Itanguá, em Itapeva”; Cânion Guartelá, em Tabagi, Paraná etc.


A palavra Cânion, que pode ser escrita das duas formas (Canyon ou Cânion) vem do
Observem abaixo:

“Cânion ou Canyon, que significa "canhão", é um termo usado em geologia para designar um vale profundo com paredes abruptas em forma de penhascos, geralmente escavado por um rio. São tambem chamados de "garganta".
Alguns exemplos de cânions são: o Grande Canyon, o Itaimbezinho, e a Garganta do Diabo no Rio Iguaçu.
A maior parte dos canyons originam-se por um longo e lento processo de erosão fluvial e eólica. Diferentes camadas rochosas pouco consolidadas a partir de um planalto, são erodidas lentamente por um curso de água, criando um vale.
As paredes se formam quando camadas de rochas resistentes à erosão são encontradas, de modo que a água continua escavando um vale para baixo, não afetando a rocha dura”. (fonte: Wikipedia)


Escarpamento Estrutural Furnas – Já a denominação Escarpamento Estrutural Furnas é mais científica, baseada em estudos geomorfológicos.É pode ser melhor entendida a partir do estudo do trabalho abaixo:



Origem: Sua origem está associada aos chamados processos de formação: endógenos e exógenos. Processos de movimentação das placas tectônicas, estrutura interna da crosta (Endógenos) Estruturais

Processos erosivos, por meio da ação da água das chuvas, vento, sol etc. (Exógenos/Esculturais)


O seu desenvolvimento está bem ligado aos processos de separação, ruptura do Gondwana. (Pesquisem).

RARIDADE – SÍTIO GEOMORFOLÓGICO BRASILEIRO.

A importância do cânion não é apenas para a Região, mas sim para a comunidade cientifica e para a ciência Brasileira, (É NACIONAL) tanto é que ele é considerado pela SIGEP - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (VISITE O SITE: http://sigep.cprm.gov.br/), ligada ao DNPM e ao Ministério de Minas e Energia do Brasil, um sítio geológico ou geomorfológico (Veja esta lista: http://sigep.cprm.gov.br/sitios.htm).
Turismo Ecológico – As nascentes, as cachoeiras, matas, animais (Toda a fauna e a flora) e os vestígios arqueológicos (encontrados e registrados pela comunidade científica) que se encontram no Escarpamento se constituem em tremendos atrativos turísticos e ricos potenciais.

Educação – Na área da educação, o estudo na prática, no cânion, sugere um entusiasmo nos aluno. A riqueza encontrada no local dá suporte para se trabalhar conceitos da geografia (Estudo da paisagem, vegetação, localização, cartografia, solos, altitude e uma série de assuntos).

E o mais importante: colocar o aluno numa situação de análise e compreensão do local onde está inserido e fazê-lo pensar de uma forma crítica para que possa atuar de forma positiva e desde já, na sua fase de adolescência, produtiva na sociedade.
O projeto

Meio Ambiente, Consciência, conhecer o local onde vive, compreendê-lo e atuar de forma positiva sobre ele.

Esta foi a intenção do projeto: Estimular os alunos e promover o ensino de uma forma mais prazerosa e dinâmica. Estimular também, nos desafios do percurso, o espírito de equipe e amizade.

Promover o espírito crítico, acima de tudo.
Anotações,
Nova Campina, 05 de maio de 2011,
Juliano Camargo
Licenciado em Geografia
Professor Concursado da Rede Municipal de Ensino de Nova Campina.
Estudioso do Escarpamento Estrutural Furnas

Aguardem! Em breve:
Trabalhos dos alunos
Vídeos;Fotos;Textos


O Cânion na internet (Veja nos links abaixo)
















Matéria publicada no Gazeta Notícias em outubro de 2009.


Juliano Camargo, Publicado no Jornal A Gazeta Notícias em 01de outubro de 2009.

O NOSSO CÂNION




Importante feição natural da região e formação rochosa rara no Brasil, cânion compõe a beleza natural dos municípios de Nova Campina, Itapeva, Bom Sucesso de Itararé e Itararé.
Eles são gigantescos, dotados de uma beleza rara. São belos e exuberantes. Estão localizados em Itapeva, estende-se também de ponta a ponta a todo o oeste do município de Nova Campina, passando por Bom Sucesso de Itararé e seguem até ao norte do Paraná, nas localidades próximas a Campo Largo. São os chamados cânions. Nos lugares em que se localiza, recebe denominações locais, tendo então diversos nomes: como por exemplo, o cânion guartelá.Na nossa região,o cânion é conhecido como o canhão de Itanguá, ou cânion de Itanguá.

Segundo definições da geomorfologia ou geologia: Cânion seria como que uma espécie de garganta profunda. De acordo com as informações que se tem e pela sua gênese de formação, os cânions, esses grandes paredões rochosos, são belezas naturais formadas pela dinâmica interna e externa de algumas condições físico-naturais promovidas no ambiente terrestre.
Escarpamento Furnas como é cientificamente conhecido, o cânion é revelador e esplendoroso. Esconde riquezas profundas e que até contam sobre nosso passado.

Conversamos com alguns especialistas e estudiosos, sobre a importante função exercida por esses extensos paredões rochosos de arenito de nossa região e o colocamos como ponto de observação em relação ao turismo, à educação, ao meio ambiente etc. Confira o que disseram.

Cânion de Itanguá: Definições, características e preciosidade com grande potencial para estudos científicos

Para o arqueólogo e geógrafo Sílvio Alberto Camargo Araújo, a área tem um grande potencial para estudos científicos, educacionais e turísticos.

"O Escarpamento Estrutural Furnas, assim como é conhecido cientificamente o Canhão do Itanguá, é uma formação rochosa de arenito, rocha sedimentar de origem marinha, e é considerado um sítio geomorfológico raro no Brasil, apresentando um conjunto de formas antigas de relevo que guardam importantes informações ambientais em suas camadas sedimentares e que contam a história natural de nossa região que no passado foi fundo de um grande mar que sofreu soerguimento por forças internas da Terra conhecidas como forças tectônicas, isso quando América do Sul e África ainda estavam próximas uma da outra", explica o arqueólogo.
Características“Canhão vem do latim que significa peça de artilharia ou cano referente aos vales fechados e Itanguá vem do Guarani e significa pilão de pedra, alusão as formas de panelas encontradas no leito dos riachos existentes lá”, esclarece Sílvio.

O Canhão do Itanguá se estende por cerca de 250 km, entre os estados de São Paulo e Paraná e apresenta torno de 1.100-1.200 m de altitude em relação ao nível do mar. O Escarpamento tem idade que varia de 300 a 250 milhões de anos aproximadamente.

Devido a sua formação, o local abriga cachoeiras, grutas belas cavernas. "O Canhão apresenta feições geomorfológicas importantes como relevo ruiniforme, morros testemunhos, escarpas e rios que formam canhões, cachoeiras e corredeiras, além de várias grutas e pequenas cavernas", afirma o arqueólogo Sílvio Araújo.









Segundo o professor Sílvio, o no interior do cânion encontram-se dezenas de sítios arqueológicos que estão sendo estudados pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e atribuídos a grupos de caçadores-coletores que podem ter idade de até 10.000 anos, além de outros sítios de guaranis e kaingangs, que são grupos agricultores que ocuparam a região a cerca de 2000 anos atrás.

Próximo ao Canhão são encontrados estromatólitos que são fósseis de bactérias que viviam em colônias em um ambiente marinho de pouca profundidade a cerca de 2 bilhões de anos e descobertos pela primeira vez em na América do Sul na década de 1940. Tamanha foi a descoberta que o pesquisador Flávio Almeida deu o nome as colonias de bactérias de Collenia Itapevensis.


O município de Nova Campina em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo tem a intenção de transformar a área em monumento natural conforme legislação vigente destinando-a para preservação do meio ambiente e a educação ambiental.

De forma geral sem uma delimitação definida para área do Canhão do Itanguá existem pelo menos três propostas para transformação da área em uma Unidade de Conservação da natureza, a primeira realizada pelo ex-prefeito Felipe Marinho com ajuda de Cícero Marques em 1978; a segunda proposta realizada pela Organização Ambiental Cílios da Terra em 1999 que circulou internamente na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo; a terceira, realizada através da dissertação de mestrado do professor Silvio Araújo, que propõe para a área a formação de reservas particulares.

Importante Instrumento para Educação

Falando da importância do cânion na questão da educação escolar, o professor de geografia, Juliano Camargo afirma: “Na educação podemos destacar a importância do cânion, no que diz respeito à leitura da paisagem e seus resultados. Sabe-se que todas as formas de paisagens refletem transformações temporais e conservam testemunhos de tempos passados. Aí é que se destaca a preciosidade de se trabalhar a educação ambiental, geografia, reflexão e estudos através do cânion. Sem dúvida, ele é um enorme potencial para educação”.

Juliano Camargo, Licenciado em Geografia e estudioso do escarpamento furnas

“A educação em geografia tem como objetivo situar o aluno no lugar e fazer com que ele forme um conceito e por si mesmo, analise e reflita, para que possa assim atuar e agir de forma positiva e independente na atuação sobre o espaço”, diz Juliano.

Juliano ainda explica: “Podemos colocar da seguinte forma: ao analisarmos o Escarpamento de Furnas, podem-se enxergar diversas áreas para se trabalhar. Ele apresenta paisagem, inspira o folclore, mostra cachoeiras, nascentes, possui riqueza de cultura ecológica, facilita o turismo, traz a questão da conservação ambiental, permite o estudo da arqueologia, geologia e através de tudo isso, requer conservação, o que é algo extremamente importante que as autoridades verifiquem. Não podemos perder essa riqueza”.

Potencial para o turismo




Paula Costa, consultora de Turismo destaca o grande potencial turístico do cânion. Para ela, um dos maiores atrativos da região. "O Cânion é um tremendo potencial Turístico. É um dos maiores atrativos que temos aqui", afirma Paula Costa consultora de Turismo. Para ela, o desenvolvimento do turismo no cânion pode se dar com a criação de núcleos. Segundo Paula Costa, a exemplo do famoso Petar, o cânion do Itanguá, por se abrigar em mais de um município (Itapeva, Nova Campina e Bom Sucesso de Itararé) pode ser trabalhado em núcleos, o que segundo ela, é mais viável.





Paula também lembra a importância de se ter dentro de tudo isso, um plano de manejo e todo um trabalho muito bem planejado de uso dessas áreas, focando sempre na preservação do meio ambiente.
A consultora ainda destacou a

falta de infraestrutura da região para se trabalhar o ecoturismo, mas afirma: “O desenvolvimento do Turismo é meta de governo de Itapeva”. Assim Paula falou sobre as etapas que já estão sendo realizadas para que haja uma sensibilização e um planejamento sustentável no turismo em Itapeva. “Queremos mostrar ao Itapevense o potencial que Itapeva tem; Itapeva e a região”, finalizou


fotos:
































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